O Início. Uma decisão que irá prevalecer durante o resto das nossas vidas. Pode surgir por inúmeras razões ou por nenhuma. Pode ser só porque sim, porque achamos que está na altura, porque nos sentidos preparadas ou porque é o que a sociedade espera de nós. Pode acontecer porque sempre o quisemos desde muito novas, ou porque o relógio biológico finalmente despertou. Pode surgir porque atingimos a estabilidade no trabalho que desejávamos, ou desistimos de esperar por ela. Pode também surgir por pressão, de família ou amigos, ou até do próprio companheiro. Ou chegámos àquela idade em que toda a gente pergunta “Quando vai ser?” ou “Com a tua idade já tinha dois”. Mas o importante aqui não é como chegamos a essa decisão, mas sim quando. Porque quando finalmente chegamos a essa decisão, a vida como a conhecemos não acaba, mas muda bastante, porque nove meses depois (sejamos optimistas que é logo à primeira) nasce um novo ser que vai depender de nós para tudo. Durante muitos anos vai ser a nossa maior dor de cabeça, vai gerar muito sofrimento, muita angústia e vai fazer rolar muitas lágrimas. Durante muito tempo não saberemos o que é dormir uma noite completa, o cansaço e a preocupação estarão sempre presentes, assim como as birras intermináveis. Muitas vezes a vontade será dizer-lhes que sim, mas muitas dessas vezes teremos de lhes dizer não. Teremos de ser a mãe ou o pai que eles odeiam e ouvir palavras de ódio que nos magoam mas que são ditas apenas da boca para fora. É um conflito constante de sentimentos. E depois eles olham para nós, e sorriem. Ou dão uma gargalhada, ou dão-nos um abraço ou dizem que gostam muito de nós. E tudo valeu a pena. E de repente deixamos de ver o lado negativo e fica apenas o amor e carinho que sentimos e que vão durar para sempre. Amanhã é um novo dia, e vai começar tudo de novo, mas por hoje.. por hoje valeu a pena!