No caso de termos uma doença existente antes da gravidez, e com tratamento em curso, o médico irá avaliar qual a evolução possível da doença, que repercussões pode ter na gravidez, que efeitos terá a gravidez no curso da doença e se é necessária uma alteração da medicação. É sempre importante discutirmos esses assuntos desde o início para lidarmos com eles da melhor maneira possível.
A diabetes é definida por níveis elevados de glicose no sangue, afecta mais de 400 milhões de pessoas, e é normalmente controlável através de uma dieta saudável e exercício físico regular (não é tudo??), excepto alguns casos específicos que necessitam de medicação e/ou insulina, consoante o tipo de diabetes e a sua gravidade. o ideal é irmos já com esta doença controlada aquando da gravidez. O mau controlo da diabetes pode causar malformações ou anomalias cardio-respiratórias no bebé e pré-eclâmpsia na mãe (entre outros problemas). Esta doença aumenta ainda a probabilidade de vir a ser necessária uma cesariana.
A asma é uma doença inflamatória crónica das vias aéreas, normalmente é controlada com broncodilatadores e afecta mais de 200 milhões de pessoas. Embora a asma em si não cause dano no feto, é um obstáculo para a futura mãe. Tal como na diabetes, o ideal é ter esta doença sob controlo antes de tentarmos conceber. O mau controlo da asma pode causar um aumento de stress e tensão que vai por sua vez sobrecarregar o coração, que devido à gravidez, já está a trabalhar horas extraordinárias. No parto, a asma não parece ser um obstáculo e um ataque raramente acontece.
Em caso de doença cardíaca é necessário um acompanhamento médico mais rigoroso, principalmente a partir do 5º mês, quando o coração começa a trabalhar em dobro, e será recomendado bastante repouso (falamos aqui em cerca de 10 horas de sono por dia!). A medicação terá de ser discutida com o médico, visto que poderá ter de ser alterada após concepção ou mesmo durante a gravidez. Durante o parto, o esforço adicional sobre o coração é intermitente o que permite que a maioria das grávidas possa ter um parto natural. Caso o coração não aguente tal esforço, será aconselhada uma cesariana.
A hipertensão é uma doença crônica que faz com que o coração tenha de fazer um esforço maior do que o necessário para fazer o sangue circular e chegar a todo o corpo (incluindo a placenta e o feto). Este excesso de esforço pode vir a restringir o crescimento do feto e causar falência cardíaca na grávida. Mais uma vez, tal como acontece com a asma e com a diabetes, é imperativo que a mulher chegue à gravidez com esta doença controlada. Esta doença é um dos principais factores de risco que levam à ocorrência de acidentes vasculares cerebrais, enfartes do miocárdio, insuficiência renal crônica, insuficiência cardíaca, entre muitos outros.
Pressão Arterial (mmHg)
Categoria | Sistólica | Diastólica |
---|---|---|
Ótima
|
< 120
|
< 80
|
Normal
|
120 - 129
|
80 - 84
|
Normal Alta
|
130 - 139
|
85 - 89
|
Hipertensão Grau 1
|
140 - 159
|
90 - 99
|
Hipertensão Grau 2
|
160 - 179
|
100 - 109
|
Hipertensão Grau 3
|
>= 180
|
>= 110
|
Em caso de doença renal, repetimos o mesmo que com a doença cardíaca. É necessário um acompanhamento médico mais rigoroso, dado que correm um risco maior de sofrer de hipertensão e de pré-eclâmpsia. Na maioria dos casos a gravidez corre bem, mas nos restantes pode ser necessária uma indução prematura de parto.
Este post é meramente informativo e não dispensa a consulta de um médico.
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